segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quero fazer um intercâmbio acadêmico!


Olá amigos! Aqui vai um post específico sobre intercâmbio acadêmico. Vou contar um pouco do que eu sei pra vocês.  :)

Bom, existem alguns meios para conseguir fazer este tipo de intercâmbio. Todas as universidades federais do Brasil (e algumas particulares) ofertam bolsas de intercâmbio através da assessoria ou departamento de relações internacionais. Os editais de mobilidade acadêmica podem ser da própria universidade ou vinculados a outros programas. Em 2011 foi lançado [para a noooossa alegria!] o programa do governo federal chamado Ciências Sem Fronteiras, que disponibiliza bolsas via CNPq ou CAPES. Existem ainda outros financiadores como o Santander Universidades, por exemplo. O ideal é ficar sempre ligado na página de sua universidade onde esses editais de intercâmbio são divulgados. Dica: vá até o departamento e investigue sobre as datas de abertura dos próximos editais!

Dentre os editais que estes programas abrangem, a maioria disponibiliza bolsas de 6 a 12 meses, mas alguns podem chegar até 2 anos (geralmente em programas de licenciatura). Existem diversos tipos de objetivos também. Alguns editais são só para cursar disciplinas, outros exigem estágio ou pesquisa, enfim, vamos detalhar...

Os editais gerais do Ciência Sem Fronteiras geralmente são voltados para disciplinas. Ou seja, você cursará matérias em outro país e na volta conseguirá a equivalência em sua grade curricular. Esses editais geralmente são abertos para universidades específicas no exterior (como a Universidade de Coimbra, por exemplo), ou então para um grupo de universidades em que são as próprias universidade que selecionam os alunos (como o caso do Canadá e Estados Unidos). 

Recentemente o Ciências Sem Fronteiras abriu alguns editais só para alunos de Iniciação Científica que exigiram um plano de pesquisa, carta de aceite de um(a) orientador(a), carta de aceite da universidade de destino, etc... Neste caso, é você quem escolhe a universidade. Fique atento sobre quais universidades estão vinculados ao programa e escolha de preferência uma que possua um bom rankeamento.

O método de seleção dos alunos também varia bastante. Para a sorte de todos, o Ciência sem Fronteiras é relativamente tranquilo. A exigência é ter concluído 20% do currículo previsto para o curso de graduação e possuir bom desempenho acadêmico. Alunos com iniciação científica ou tecnológica do CNPq (PIBIC/PIBITI) ou do PIBID da CAPES possuem preferência, além dos que possuem prêmios em olimpíadas científicas. A princípio, você apresenta seu currículo, suas notas e uma carta de motivação. O certificado de proficiência de língua às vezes não é exigido para a inscrição, mas com certeza será exigido pela instituição de destino. Se prepare para isso com bastante antecedência! Os últimos editais que olhei para EUA e Austrália exigiram TOEFL com nota mínima de 90 (vishe!). Mas aproveite, porque já é do conhecimento de todos que estão sobrando bolsas do Ciências sem Fronteiras!

Na Universidade Federal do Paraná, o esquema é um pouco diferente. As bolsas ofertadas têm duração de 6 meses e a preferência é para que o aluno curse disciplinas que complementem o currículo, ou seja, que não possuam equivalência na UFPR. Como disse uma professora minha: "Pra quê dar uma bolsa pro aluno cursar as mesmas disciplinas que pode cursar no Brasil?". Alunos com plano de pesquisa ou estágio com certeza ganham pontos extras na entrevista. Sim, tem entrevista (já conto!). Além disso, o seu currículo tem que ser comprovado com todos os certificados e ele é pontuado. Ah, e tem o IRA também (Índice de Rendimento Acadêmico) que deve ser maior que 7 e que também é pontuado. Ou seja, a nota de classificação é composta por IRA + Currículo + Entrevista. Um certo número de bolsas é disponibilizado por setor e os alunos com melhor classificação são contemplados. Veja mais neste link.

Bom pessoal, a parte mais tensa do processo é a entrevista. Você precisa ter jogo cintura e muita informação. Pra ter uma ideia, na UFPR a banca avaliadora é formada por 5 professores que ficam te bombardeando de perguntas. Você vai ter que explicar o porquê você merece a bolsa de intercâmbio, quais são os seus objetivos, porquê você escolheu aquelas matérias, porquê escolheu o país, a universidade de destino, qual é o custo de vida da cidade, onde você pretende morar, como você vai lidar com preconceito, diferença de língua, cultura, etc... Às vezes vêm umas perguntas que você nem imagina também!! Se prepare psicologicamente! Os professores não são maus, mas eles precisam testar seu emocional, afinal, como você pretende fazer um intercâmbio se não aguenta nem a pressão de uma entrevista?

Eu acredito que você deve se preparar com um semestre de antecedência. Pesquise a universidade de destino, entre em contato com professores de lá para desenvolver uma pesquisa ou estágio, conheça bem o país, a cidade, avalie se a bolsa será suficiente para pagar o seu custo de vida (caso não possa contar com outra ajuda financeira além da bolsa), se prepare para o teste de proficiência, enfim... Nada é impossível, deixe a preguiça de lado e vá em busca do que quer! \o/

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