Nesta última
noite antes de dormir, fechei os olhos e rememorei alguns dos momentos que mais
gostei de viver. Às vezes faço isso, de tempos em tempos, relembro as pessoas e
os momentos pra que eles simplesmente continuem vivos na memória, pra que eu tenha
certeza de que eu vivenciei aquilo. Tenho medo que daqui 30, 50 anos eu perca
todas essas lembranças.
Um espetáculo na janela da cozinha
Sabe, eu me
considero uma pessoa de sorte. Quem tem sorte, não precisa ter muito dinheiro.
A gente encontra um jeito de ser feliz dormindo em uma barraca, bebendo um
vinho barato, ou mesmo o velho barreiro, comendo pastel de camarão a dois reais
e pegando fruta do pé se for preciso. Não sei se a palavra é sorte, mas eu me
sinto sortuda por muitas vezes ter sido tão feliz com pouco.
Sorte mesmo
são as pessoas que eu encontrei! E é engraçado como elas apareceram na maioria
das vezes totalmente por acaso. Naquele dia em que você sai de casa acreditando
que nada de novo vai acontecer, você pode conhecer alguém que vai fazer sua vida ser bem mais interessante ou até mesmo mudar o rumo dela! Há também aquelas pessoas que sempre estiveram por ali, mas só no tempo certo entraram na sua vida. A
vida surpreende! As coisas podem acontecer do jeito mais inusitado possível,
mas elas acontecem, porque as pessoas precisam se encontrar, e a vida vai dar
um jeito pra isso. Assim aparecem os grandes amigos, os mestres, as paixões, os amores.
Talvez ser
feliz não seja algo tão difícil. A felicidade é um estado de espírito a ser
desenvolvido. O pouco que se tem pode se transformar em muito se você tiver por
perto as pessoas certas e souber apreciar as pequenas coisas. A frase parece óbvia, mas não significa que seja compreendida de fato. Eu
precisei de alguns anos para entender que o céu estrelado do interior pode ser
mais bonito que os brilhos da Torre Eiffel a noite, que o parquinho da praça
pode ser mais divertido que muitas festas por aí, e que um simples churro de
R$2,50 (doce de leite, açúcar e canela, por favor) pode ser bem mais gostoso
que o tal do petit gateau. Curioso.
Para terminar o
texto, quero contar o que eu mais aprecio nessas imagens gravadas na minha memória:
os olhares e os sorrisos. O olhar é a forma mais primordial de empatizar que
existe. É instintivo, acontece em muitas espécies e também entre espécies
diferentes. O olhar sincero e um sorriso, sempre que ele for possível. É aí que
você transmite a sua energia, é a oportunidade que você tem de passar uma
mensagem sem letras, sem som, que ecoa bem fundo nas pessoas. A
linguagem verbal transmite pensamentos, a não verbal transmite sentimentos. Se
você estiver aberto para perceber isso, sua vida será incomum! Sinta a energia
das pessoas.
Às vezes não
conseguimos fazer o que queremos, dizer às pessoas aquilo que pensamos. Temos
tantos filtros, tantos bloqueios, barreiras internas e externas... somos
aprisionados por nós mesmos. Mas que nós não deixemos essas mazelas atingirem o nosso Eu mais verdadeiro, aquele que consegue ser sincero, principalmente
consigo mesmo. E que ele transpareça sempre mais olhares e sorrisos sinceros,
destes eu prometo me esforçar muito pra nunca esquecer!
Parquinhos de praças são os melhores!! Rsrsrsrsrs...
ResponderExcluir