quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Minha cabeça trovoa...

Segundo mês... Nova estação, estamos agora no outono. Nuvens, chuvas torrenciais. Dias quentes, dias frescos, dias úmidos. Enchente em Genova, granizo em Firenze. Trovões ensurdecedores. Minha cabeça trovoa...

Casa cheia, aulas, festas, viagens. Eu já consegui estar aqui, então qual será meu próximo objetivo? Ir embora com o dever cumprido!? Só isso? Bom, esse mês foi marcado por questões que até então estavam à sombra. Agora que sobra energia pra focar em mim e não apenas nos meus projetos pessoais, subitamente todas as trivialidades foram parar em um segundo plano e eu começo a pensar...

“Quem sou eu?”
“Qual é minha missão neste planeta?”
“Qual é o sentido da vida humana?”
“O que devo fazer para me sentir realizada?”
“Com o que quero trabalhar?”
“Quais são as minhas crenças?”
“Em quem posso confiar?”

Pensei, pensei, pensei, li, perguntei pros outros, escutei, chorei, bebi, comi nutella, escrevi, me calei... Onde estão as respostas certas? Por que essas não me convencem? Senti uma angústia tamanha. Muitas perguntas, poucas respostas e uma sensação de estar perdendo tempo levando uma vida pobre de sentido, em um sistema social que eu não escolhi, que me aliena e não me preenche. 

Mas calma, não se contagie (ou sim). Percebi que caçar incansavelmente essas respostas não é a melhor solução e só aumenta a angústia. Por outro lado, deixá-las de lado também não resolve. Ora ou outra elas retornam e sempre com mais força. E agora, José? 

Pensei... Preciso ter mais tempo pra procurar as respostas, mas não posso parar no tempo... Então atino de que só uma coisa é certa: pra frente é que se anda! De fato, é preciso o tempo acontecer, é preciso viver, experimentar, é preciso caminhar para encontrar o caminho.

Por fim, me acalmei, reorganizei os pensamentos, respirei. É seguramente chegado o momento de começar a responder tudo isso, mas aos poucos. Continuarei a busca, diária, mas com a tranquilidade de quem sabe que tudo chega no momento certo. Tenho uma suspeita muito grande de que o acaso não existe.

O perigo é que quando se está nesse tipo de crise a gente se sente muito vulnerável. Tudo aumenta de tamanho, tudo te atinge com impacto maior. E se sentir assim a mais de 10 mil quilômetros de distância daquelas pessoas que você gostaria de abraçar... pois, não é fácil!

Os laços aqui estão ficando mais fortes, alguns incrivelmente intensos, belos! Isso é bom, me faz feliz. Estou me sentindo mais em casa, me identificando com as pessoas, falando melhor o idioma. Mas ao mesmo tempo algo estranho acontece... aqueles laços que deixei no Brasil pensando que estavam frouxos ou desfeitos, agora sinto que continuam fortes. Saudade, a pior que tem é aquela que a gente não diz pra ninguém.

Firenze - Ponte Vecchio
 Carreto Guidi - Vigneto
 Vinci - Museo Leonardiano
 Vinci
 Pisa - Cotidiana
 Pisa - Il temporale
 Pisa - Feira
* Clique nas fotos para ampliar

Um comentário:

  1. Inspiração infinita..parabéns. .enfrentar e viver essas questões não é pra qq um!

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